DO
FOFOQUEIRO NINGUÉM ESCAPA (AUTORIA: BARROSO)
Quero
aqui comentar,
De
um fato corriqueiro,
Que
em todo lugar existe,
Neste
mundão brasileiro,
É
mesmo uma coisa chata,
O
certo é que ninguém escapa,
Da
língua do fofoqueiro.
O
fofoqueiro amanhece,
Com
os olhos arregalados,
Prestando
atenção em tudo,
Olhando
pra todo lado,
Seja
de qualquer pessoa,
Ele
fala numa boa,
Nem
fica preocupado.
Na
boca do fofoqueiro,
Todo
mundo tem lugar,
Ele
passa o tempo inteiro,
De
todo mundo a falar,
Assim
ele leva á vida,
Na
profissão preferida,
Até
a língua cansar.
O
fofoqueiro fica atento
Espera
a oportunidade,
Pra
falar da nossa vida,
Nem
quer saber se é verdade,
O
oficio dele é fofoca,
Fica
até atrás das portas,
Pra
ouvir as novidades.
Em
seguida o fofoqueiro,
Procura
logo espalhar,
A
conversa que ouviu,
Põe
logo pra circular,
É
seu oficio primeiro,
Fala
até do companheiro,
Se
o pobre escorregar.
Esse
tal de fofoqueiro,
É
mesmo de amargar,
É
da briga o mensageiro,
Companheiro
do azar,
O
chefe das desavenças,
Que
terá por recompensa,
Um
inferno a lhe aguardar.
Na
verdade o fofoqueiro,
Até
deitado em seu leito,
Pois
falar da vida alheia,
Para
ele é prato feito,
Fala
de Deus e o mundo,
Isso
faz todo segundo,
Até
do que está direito.
Pro
o individuo fofoqueiro,
Não
há pessoa que preste,
É
um porco no chiqueiro,
Que
na lama se reveste,
Age
sempre na malicia,
Sobrevive
das carniças,
Se
o infortúnio acontece.
O
fofoqueiro é um cara,
Pra
frente e dissimulada,
Ele
entra na conversa,
Mesmo
sem ser convidado,
Pra
dali sair falando,
O
assunto fomentando,
E
deixar o circo armado.
É
assim a triste vida,
Do
sujeito fofoqueiro,
A
língua não tira férias,
Tem
trabalho o ano inteiro,
Falar
mal e dar pitaco,
Esse
cara é um pé no saco,
Dos
amigos o derradeiro.
Deixo
aqui o meu conselho,
Para
quem é fofoqueiro,
Esqueça
a vida dos outros,
Olhe
pra sua primeiro,
Todos
nós temos defeitos,
Ninguém
muda o que está feito,
Isto
é mais que verdadeiro.
