Começa nesta segunda-feira (19), o júri popular mais aguardado dos últimos anos em Minas Gerais. A partir desta data, sentarão no banco dos réus do fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, cinco réus acusados de participação no desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio, vista pela última vez em 2010.
Serão julgados o goleiro Bruno Fernandes, o amigo dele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues e a ex-amante de Bruno, Fernanda Gomes Castro.
O primeiro dia, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), deve ser marcado por preliminares e alegações iniciais dos advogados de defesa. Conforme o órgão, essa parte é opcional e só acontece caso os defensores solicitem. Como, durante a semana que antecedeu o júri, os representantes dogoleiro Bruno e de Bola chegaram a levantar a possibilidade de pedir o adiamento do julgamento, é possível que a etapa seja realizada.
Caso a juíza se manifeste contrária ao adiamento da sessão, o TJMG informou que o passo seguinte a ser tomado ainda nesta segunda-fera (19), é o sorteio dos sete jurados que serão os responsáveis por definir o futuro dos réus. Eles serão sorteados dentre uma lista de 25 pessoas, sendo que representantes da defesa e da acusação podem recusar até três deles.
A hospedagem e a alimentação de jurados e das cerca de 30 testemunhas, que precisarão ficar isolados em um hotel fora dos momentos de júri, devem custar R$ 35 mil, conforme estimativa do tribunal.
Em seguida, começa o depoimento das testemunhas arroladas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), seguidas pelas testemunhas de defesa dos acusados.
A previsão do TJMG é de que o júri comece às 9h, e tenha o primeiro dia encerrado entre 18h e 19h. Segundo estimativas da juíza Marixa Fabiane Lopes, que presidirá o julgamento, o júri deve durar cerca de dez dias.
Saiba como funciona
A disposição dos integrantes na sala da audiência é feita da seguinte forma: em uma área delimitada, estará a juíza. Sentado ao lado esquerdo dela, ficará o escrivão responsável e à direita, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, representante do MPMG. Há uma mesa separada para a defesa e sete cadeiras instaladas para os jurados, que durante o julgamento, ficam de frente para os acusados. As testemunhas permanecem no local somente durante o depoimento, de costas para a plateia. Foi determinada a distribuição de 50 senhas para a imprensa e outras 50 para familiares que pretendem assistir ao plenário.
Crimes
Serão julgados no dia 19, o goleiro Bruno, que responde, assim como Macarrão, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e uso de métodos que dificultam a defesa da vítima); Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, irá responder por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e sem permitir defesa da vítima) e, por fim, Dayanne Rodrigues e Fernanda Gomes, que respondem por sequestro e cárcere privado. Uma nova data será marcada para o júri de Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza, que conseguiram o desmembramento do processo.
