segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pontes de São Luís servem de teto para 70 famílias.


Os governantes se sucedem, dezenas de programas sociais são implantados, mas uma triste realidade não muda na capital maranhense: o cenário de miséria extrema representado por dezenas de famílias que fazem das duas principais pontes de São Luís seu teto. Ao menos 70 famílias (cerca de 300 pessoas) moram embaixo das pontes José Sarney (São Francisco) e Bandeira Tribuzi (Jaracati), em barracos improvisados construídos com lonas, papelão, pedaços de compensado, lata. Muitos desses barracos precários são sustentados por palafitas, para que a maré não os invada.


São homens, mulheres, jovens, adultos, idosos e muitas crianças, vivendo num ambiente insalubre e disputando espaço com ratos e urubus, entre outros animais, que são atraídos pelo lixo e pela sujeira que se espalham por todos os lados.

A reportagem do Jornal Pequeno conheceu de perto um pouco do drama dessas pessoas – seres abandonados pelo poder público, e invisíveis, muitas vezes, a quem trafega sobre as 'pontes dos miseráveis', batizadas com os nomes de dois maranhenses célebres.
José Sarney – Na Avenida Ferreira Gullar, no São Francisco, aproximadamente 30 famílias moram sob a ponte José Sarney, numa área que começou a ser ocupada há mais de duas décadas.

A comunidade é composta por 14 homens, 12 mulheres, dois idosos e 38 crianças. Ninguém ali tem renda média mensal maior do que um salário mínimo (R$ 545). Trabalho fixo também é raridade para quem mora embaixo da ponte – o sustento das famílias vem de 'bicos', os homens trabalhando como pedreiros, carroceiros, na pesca ou catando caranguejo, e as mulheres às vezes como diaristas (mas a maioria cuida dos filhos e dos afazeres domésticos).
Jornal Pequeno-São Luis-MA